Vereadores fazem 'sessão' do lado de fora da Câmara de Cabedelo e reclamam de nova Mesa
30/11/2018 | 12h14min
Um grupo formado por nove vereadores realizou uma 'sessão' do lado de fora da Câmara fechada de Cabedelo e questionou a votação e aprovação de um projeto que apresentava nomes para formarem uma nova Mesa Diretora da Câmara. Dos cinco integrantes da atual mesa, quatro estão presos e são alvos da Operação Xeque-Mate, que investiga um esquema de corrupção na cidade.
Esses nomes para substituição foram aprovados na terça-feira (26), em meio a cinco projetos em bloco. Com a mudança, a partir do dia 1º de janeiro de 2019, Geusa Ribeiro se torna a presidente da mesa, Eudes Sousa o vice, Fabiana Regis a secretária, Reinaldo Lima o segundo secretário e Vitor Hugo, atual prefeito interino, volta a ocupar o cargo previsto na chapa original, de segundo vice.
Com isso, até março de 2019, quando novas eleições municipais suplementares devem ser realizadas em Cabedelo, o atual prefeito interino de Cabedelo - que também assumiu a presidência interina da Câmara - deve retornar para a Câmara de Vereadores, uma vez que a presidente da mesa diretora, Geusa, deve assumir a Prefeitura.
Geusa Ribeiro disse que os nomes foram escolhidos em acordo com os vereadores, exceto o de Vitor Hugo, que já estava previsto para ser o segundo vice devido à formação anterior da mesa diretora, da qual ele é o único que não está preso.
No entanto, um grupo de vereadores afirmou que a aprovação do projeto foi uma fraude, uma vez que eles não tiveram acesso ao conteúdo. A proposta seria um 'jabuti' em meio a outros projetos votados em bloco, entre eles o pagamento do 13° para os legisladores. Os vereadores declararam que prestaram queixa na Polícia Civil e foram ao Ministério Público da Paraíba para pedir a anulação da sessão de terça-feira.
Victor Hugo, que também é candidato a prefeito, informou que vai recorrer à Justiça, pois a mudança na gestão do município deve provocar instabilidade, com mudanças de secretários e equipe por um período de três meses.
Apesar disso, o consultor jurídico da Câmara relatou que o projeto de substituição dos nomes na mesa diretora foi aprovado por treze votos a dois, conforme o que é estabelecido pela legislação, e foi lido e votado normalmente.
A operação Xeque-Mate aconteceu em conjunto com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba e teve como objetivo desarticular um esquema de corrupção na administração pública no município de Cabedelo.
Além de mandados de busca e apreensão e sequestro de imóveis, a Justiça decretou o afastamento cautelar do cargo de 85 servidores públicos, incluindo o prefeito e o vice-prefeito de Cabedelo, e o presidente da Câmara Municipal. Cinco vereadores, dos 15 eleitos, são alvo da operação.
Redação:  paraiba.com.br/ com G1-PB 
